PAIXÃO CAMINHANTE

PAIXÃO CAMINHANTE

Apaixonada, a pobreza,

Dá-se ao florescer,

Para que não murche,

O alimento do ter,

Faminto de trocas.

Cartas e retratos,

Num compromisso diário com o medo,

E diante dos esquecimentos do outro,

Sobre o chão,

Cortam e mordem,

Em aliança com feitos,

Cujo poder combina com o encontro.

A comunicação, habitante do acaso,

Volta a favorecer,

Às decisões do nunca,

Quando sai da mesmice.

Os lugares que ficam no sempre,

Juntam-se às perdas,

Sem procura própria,

E assim não mudam de nome.

Retirante, o dedilhado se ata,

Ao enforcamento da espera,

E, sem vez,

O descanso sombrio,

Frutifica o equilíbrio,

Zangado pelo julgamento,

Estável do roubo caminhante..

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 30/12/2021
Código do texto: T7417953
Classificação de conteúdo: seguro