Que pena!
Pena que a carne é fraca
que o cerne é franco.
Pena que a vida passa
pra dama do Paço.
Pena que ela é uma graça,
ele é um grosso.
Pena que quando ele a canta,
perde o encanto.
Pena que os anos passam
e a pança cresce.
Pena que a bossa se vai
e fica o boçal. Que fosso!
Pena que o cacho está alto para o homem coxo.
Pena que as mãos de seda não cedam carinho.
Não mais me sedam.
Pena que a corda bamba
me acorda para a vida tesa.
Pena que não se pesa a quilo
aquilo que fazer não qui-lo.
Pena que as Linhas da Vida
das mãos não mais se alinham.
Pena que deste poço não se possa cavar.
Não resta uma só poça.
Pena que a pena é leve e o vento a leva...
A duras penas.
Pena que esta prosa venceu o prazo.
que esta poesia perdeu as rimas.
e não tem métrica... que tétrica!
e nem tem forma ... deforma.
faltou melodia... que dia!
Apenas... que fossa!