SONHO DISTANTE
Entre riachos cantantes,
árvores velhas e nodosas,
amontoei mil caminhos.
Percorri-os várias vezes
procurando encontrar flores
para perfumar a estrada
longa, extensa, empoeirada.
Feri os pés nos espinhos
na procura louca, aflita,
que me impulsionava sem ver
o que à frente me esperava.
Ah, este amor que contemplo
é sonho distante, constante,
que me faz clarividente,
por isso mesmo descrente.
Quem me dera, quem me dera,
numa feliz Primavera,
eu e tu, nós dois,
amantes.