Mariposa Noturna (Maio/1980)
Cerra a janela!
Deixa a luz da lua entrar pela sua fresta!
Dispa-se!
Jogue fora a roupa da burguesia e venha amar essa ninfeta.
Venha! fica ao meu lado
sonhe que sou seu sonho.
Peça tudo que quiser...hoje não precisa pagar.
A poesia insiste em entrar nesse lugar.
Faça de nossos pequenos momentos seu existir.
Deguste um beijo meu e depois abra de novo a janela,
deixa o vento e a poesia tocar nosso infinito,
rumo ao céu de romântica lua colorida em aquarela.
Traga de lá um trago de vinho barato e em seguida
fecha de novo a janela.
Saia bem devagarinho...como ébrio perambulando pelas
esquinas da vida, mas antes deixa seu perfume suave e leva o meu
Essa mariposa precisa do quarto vazio para viver
o seu vazio e sonhar que eternamente vai te amar.