Reticências...

Fulgindo de uma estrela radiante...

vi minha imagem emergir num vulcão de tédio...

o tédio que envolvia o interior do meu universo...

coloquei minha cabeça sob a fresta torturante do vulcão...

deixei-me pertencer...

o vazio e a revolta tomavam lugares sem restrições...

então...

tive medo de beber a liberdade que não tive...

agarrei-me a última esperança como fórmula mágica de conquistar a paz...

me perdi...me encontrei...

me encontrei...me perdi...

e nesse desencontro de ideias, ideais e ego...

tive fome, sede e gana de justiça...

mas...

dedos em riste insistiam na tortura...

"não" aos sentidos inflamados de desejo...

desmoronando castelos e fantasias...

enfim...era o fim.

Renasço, revivo e me deito ao lado do vulcão agora , de revolta e medo...

Quero viver...

deixe-me viver - viver ideal...

SER comum , sem construção de ideias negativas...

essas minha cabeça costuma fabricar de graça a todo instante...

sem retrocesso...

Ai que triste!

Sinto que cresci!

Eu... 1973

Nancy Silveira
Enviado por Nancy Silveira em 09/12/2021
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