Dor sem fim

E foi assim...

Um filho arrancado

Uma mãe enlouquecendo

Um rosto desfigurado

Mais um dia amanhecendo...

Foi dor sem fim...

Foi lamento na senzala

Foi o corte da navalha

Foi o sangue escorrendo

Foi o medo se espalhando

Foi mais negro morrendo...

Quantos negros morreram de banzo...

Quantos negros morreram de fome

Quantos negros morreram lutando

Quantos negros morreram sem nome...

E diz pra mim...

Se a luta terminou

Pois o racismo ficou

E negro vai vivendo

No meio desse veneno...

Até quando o negro vai agüentar...

Humilhação indiferença

Até quando terá que lutar por igualdade

Até quando me diz meu senhor

Que o negro terá que lutar

Contra o preconceito de cor...

Cássia Dias
Enviado por Cássia Dias em 17/11/2007
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