DO EU EMPÍRICO AO INTUITIVO
Meu eu empírico
é, como o seu,
um efeito das circunstâncias.
Existe nos atos simples
da vida cotidiana.
Apenas come, trabalha,
e dorme.
Tem opiniões,
convicções e ilusões.
Tão diferente dele
é o eu intuitivo que dentro de mim
sonha o mundo,
e imagina qualquer coisa
maior que o cotidiano
e mais urgente que o humano.
É um eu sem rosto,
um animal de alma,
mas sem identidade,
e avesso a razão e aos fatos.
Falo de um eu incerto,
que me ignora
e, sem saber de si,
proporciona sentido a todo o meu existir.
Ele é o avesso do espírito,
é meu intimo lado de fora
e habita em tudo que em mim transborda.