caixa preta

a caixa grita

esvazie-a por um suspiro,

ao encher os pulmões

esconda-me em ti,

faço de teu seio morada

onde almas transam

os odores são familiares,

se conhecem por ouvir

se entendem ao beijar

e conversam por olhares,

unem-se dois mundos

água e terra tornam-se um só,

do barro vens a tua Obra e nada sou além do sal,

erguemos este muro,

ponho-me a face junto ao pó,

as nuvens se abrem e posso ver o por do sol,

luz suavemente lhe penetra,

o grito ecoa longe

e a paz se torna silêncio,

nela medito, me apaixono fácil

por tudo que é bom.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 04/11/2021
Reeditado em 04/11/2021
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