DISFUNÇÃO LÍRICA...
Eu ajuízo ter nascido com
Uma disfunção lírica afetiva.
Uma obrigação de ser poeta
Todo o tempo; o tempo todo.
Eu vivo a pensar poesia...
Aprendi a me desprender
Do real que cobre o mundo,
E, minha letra acende o inútil.
Nasci para glorificar o irreal.
Tenho um olhar enviesado e
Útil à poesia; quando tudo é
Usabilidade, distingo sonhos.
Na poesia eu não tenho pacto
Com a verdade absoluta; tenho,
Com a veracidade poética; com
O meu intuito de criar a emoção.
Essa poesia leve e livre de regras,
Torna-se iluminuras para os seres
Que se deixam ver outros modos
De usos para as coisas e palavras.
Eu tinha tudo para ser este poeta,
Tenho uma liberdade alcançada a
Duras penas; uma maioridade para
As letras ternas; a poesia sorri feliz!