VENTOS E RASTRO

VENTOS E RASTRO

 

Tracei meu percurso na noite,

Escorrendo em cordas e sons,

Rasgando na unha o coiote,

Enquanto curtia seus dons.

 

Mas nunca foi suficiente,

Vagar por seus cemitérios,

Porque lá há tatus pacientes,

Perfurando insanos mistérios.

 

Por lá as velas se apagam,

Porquanto há ventos furiosos,

Que nem furacões se disfarçam,

E rasgam sertões e os ossos.

 

Só meu sariguê continua,

Pois vence a cobra no pasto,

Sem ter nem porque ver a lua,

Pois ela esconde meu rastro.