O SOFRIMENTO DO OUTRO
Quando eu era criança,
não olhava ninguém nos olhos por timidez.
Eu tinha medo que descobrissem
o que eu pensava e sentia.
Eu conseguia ler os outros,
então achava que os outros
também conseguiam ler-me.
É por isso que eu escrevo
sobre as minhas emoções e as dos outros
como se fossem minhas também.
Quando eu era criança
eu não sabia o que era empatia,
mas sentia isso.
Naquela época,
para mim, era algo estranho
e eu não compreendia e ficava assustada.
Hoje, eu olho as pessoas de frente.
Se eu consigo captar as emoções dos outros
eu consigo perceber
se precisam de ajuda ou não.
Se eu puder ajudar eu ajudo,
porque mais penoso que o meu sofrimento
por sentir o outro sofrer,
é o sofrimento do outro.
Não olhar os outros nos olhos
para me proteger não é para mim.
Se a outra pessoa está sofrendo,
solidarizo-me com ela e tento ajudar.
Para mim o sofrimento do outro
é mais importante que o meu.
Eu sei lidar com as minhas dores,
mas o outro, pode não saber.
Se ao inviés de dor
eu sentir felicidade nos seus olhos
eu comungo dessa felicidade
e juntos rimos, cantamos e dançamos.
Eu faço o que a minha natureza me manda,
eu faço o que sinto e quero
e não o que os outros me ordenam.
Contudo há quem não queira ser ajudado,
por arrogância e falta de humildade,
eu dou-me de coração aberto
mas não me imponho a ninguém,
tranquilamente continuo a minha jornada.
Agradeço a Deus os dons que me deu
o que para mim só faz sentido
em prol do próximo.
É fazendo o bem,
que nos preenchemos como seres humanos
e damos sentido á nossa caminhada!
©Maria D. Reis
08/10/21