O grande furto
Em todo virtude
se esconde a mágoa de ter nascido neste mundo vítreo...
Não há o que fazer...
Só me resta esperar que meu espelho volte pra dentro da minha carne que apodrece esperando o grande momento da minha existência...
Quem sou eu?
Não posso dizer quem sou, fui furtado de mim mesmo...
Não há nada de real em mim
não há nada de concreto e mim
não há nada em nós...
somos a cópia perfeita da imperfeição análoga da carne e do medo.
Somos a antevéspera do suspiro que não chega nunca...
Mas...Quem sou eu?
Sou o vulto que vc Vê na janela do teu quarto , como um espectro, que te segue e suga toda sua dor inesperada que surge na pálpebra dobrada e triste...
Sou o momento exato do meu fim
Sou a flor perfeita que foge da vulgaridade
Sou a dor remota que cospe e vomita na cara dos inválidos
Sou a faca que morde os nervos sem vida que carcome minha frígida carne...
Sou o que restou de mim mesmo.