MALDADE DO TEMPO

Não, eu não me queixo da vida
Sorte, acho que tive muita, sim
Dores tantas, quanta coisa sofrida
Isso é arte do mundo, não foi só pra mim

Nos desassossegos, apurei os sentidos
Nas andanças, enriqueci minha alma
Não houve assim, momentos perdidos
Nos desesperos aprendi sempre ter calma

Dores de amor, não posso negar
Não sei se me amaram, mas eu amei
Só faço dar corda para o tempo passar
Nas cruzadas da vida eu sempre estarei

Não posso mudar o meu tempo de história
Meus cabelos e marcas revelam o que sou
Meu peito vadio desafia a memória
Vai semeando pistas nesse incerto que estou

As pernas reclamam e com toda razão
Não é só de cansaço a origem da dor
Tem feridas ainda de inconsequente paixão
É um desafio à lógica ter sonho de amor
 
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 19/09/2021
Reeditado em 19/09/2021
Código do texto: T7345463
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.