O MALANDRO E OS BOBOS

O MALANDRO E OS BOBOS

Havia o tempo na mão de um louco,
Que só repetia loucuras de outrora,
Não era Calígula ou pithecantrophus,
Mas só um malandro e sua pistola.

Sorria aos trouxas e sempre xingava,
E só agradava ao seu chiqueirinho,
Fuçava no lodo de quem aguardava,
No agrado aos bobos do teatrinho.

Naquele país das mil maravilhas,
Ele surgiu na Rainha de Copas,
Fruto do trauma de vidas antigas,
E logo se viu no dragão de botas.

E "seu exército" são meras cartas,
Num jogo que só quer o poder,
Engana a todos pelas bravatas,
E traz sua versão do anoitecer.

Mas tudo é só graça,
Olhando para a platéia,
Que se vê na desgraça,
Como forma em Pompéia.

E há vento que traça,
E desbasta a encosta,
Como louco na praça,
Que se mela de bosta.

Pois tem gente culta,
Que não sabe se sabe,
Mas se apega à batuta,
Quando a valsa é baile.

E assim finda a festa,
E lá se vai o miserável,
Pois está bem na testa,
O seu preço execrável.