Digitais

As digitais estão nítidas

em minha memória,

pois mapearam seu trajeto

em buscas aleatórias e,

motivadas pelo desejo

da descoberta,

foi fácil seguir as pistas,

porque, em cada interrupção,

havia um sonho.

Em cada sonho, uma história.

Em cada história, uma verdade.

E na verdade, pontilhada de rasuras,

as lágrimas, ainda úmidas,

escorriam pelos veios,

apagando linhas,

mas desenhando objetivos

que acabaram se concretizando.

Digitais tatuadas

num recôndito que só eu tenho acesso.

Só eu sei seu avesso.

E nele, abstraio-me e conservo-me

como um diamante raro.

Raro brilho, raro polimento e

rarefeito em minúsculos versos.