VERDADE BIZARRA

VERDADE BIZARRA

Estive tão crente na juventude,
Pois tinha o mundo a progredir,
Caiam muros de más atitudes,
E a guerra fria se via implodir.

Olhava o Japão e a China também,
De ideogramas que se conectam,
Vibrava com Beatles e até Frankstein,
Enquanto os sonhos processam.

Mas vejo o futuro na antiguidade,
E o mapa que mostra o caminho,
Pois tudo é ciclo ou verdade,
Por se repetir o ovo no ninho.

Se hoje nós temos bom vinho,
E as uvas vislumbram as raposas,
É por haver o ouro ou espinho,
Como há terra e todas as coisas.

Mas hoje a verdade é bizarra,
Pois não sou conviva virtual,
Como falas colhidas na farra,
E um tempero apenas de sal.

Já não se ouve o rugir do leão,
E nem se amarra com o sisal,
Porque a tequila é nova versão,
De ter cachaça no embornal.

Assim, fico como reconheço,
Que tudo fui e nada mais sou,
Se meu futuro já não tem preço,
E a porca luiu ou a fonte secou.