NAVEGANDO LETRAS
NAVEGANDO LETRAS
Rebuscando meus livros,
Ou sangrando em pincéis,
Vou revendo os arquivos,
Mesmo em cor de pastéis.
Navegando entre letras,
Sou palavras, no entanto,
Soletrando em canetas,
Ou teclando o meu canto.
Nos caminhos de córrego,
Deixo estar minhas falas,
Ou pergaminhos no prelo,
Em que seixos são tralhas.
Mas nos rios, não nego,
Tenho medo das águas,
Mesmo em bicas que rego,
Bem na beira das casas.
Águas turvas são traumas,
Pois afogam meu barco,
Ou são mágoas nas almas,
Onde sangro o que guardo.
É assim que eu navego,
Como em busca do aço,
Pois a forja quer prego,
E eu, caneta e compasso!
E assim vou por letras,
Verdejando o que faço,
Contestando os porretas,
Que ainda são falsos.
Mas eu quero só ninho,
Esperança e o distrato,
Do aluguel do caminho,
Pra fugir de um infarto.
E terá minha ajuda,
Quem merece de fato,
Pois serei a procura,
Do liberto no mato.
Vejam então todas letras,
Pelos barcos e deltas,
Pois saber entendê-las,
São viagens concretas.
NAVEGANDO LETRAS
Rebuscando meus livros,
Ou sangrando em pincéis,
Vou revendo os arquivos,
Mesmo em cor de pastéis.
Navegando entre letras,
Sou palavras, no entanto,
Soletrando em canetas,
Ou teclando o meu canto.
Nos caminhos de córrego,
Deixo estar minhas falas,
Ou pergaminhos no prelo,
Em que seixos são tralhas.
Mas nos rios, não nego,
Tenho medo das águas,
Mesmo em bicas que rego,
Bem na beira das casas.
Águas turvas são traumas,
Pois afogam meu barco,
Ou são mágoas nas almas,
Onde sangro o que guardo.
É assim que eu navego,
Como em busca do aço,
Pois a forja quer prego,
E eu, caneta e compasso!
E assim vou por letras,
Verdejando o que faço,
Contestando os porretas,
Que ainda são falsos.
Mas eu quero só ninho,
Esperança e o distrato,
Do aluguel do caminho,
Pra fugir de um infarto.
E terá minha ajuda,
Quem merece de fato,
Pois serei a procura,
Do liberto no mato.
Vejam então todas letras,
Pelos barcos e deltas,
Pois saber entendê-las,
São viagens concretas.