INSANOS CONFLITOS

INSANOS CONFLITOS

Os dias são tão parecidos,
E, por certo, somente o são,
Pois a linha de todos os ciclos,
Cose à meia-noite de então.

E dessas costuras sem roca,
Surgem retalhos e furos também,
Como há céu no escuro da roça,
Onde os atalhos estão no além.

Nessas misturas de véu e toalha,
Os retalhos mostram a submissão,
Da aventura no céu do Valhala,
Ou numa caverna escura no chão.

Porquê nossa lua adentra ao poço,
Que é encantado na noite de luz,
Enquanto a Chapada é casa do lobo,
Que uiva no açoite que o lago reluz.

É como o guará lembra da melancia,
A qual furou, na roça de um peão,
Que virou espantalho na delegacia,
Pedindo ao padre a extrema-unção.

E assim afloram insanos conflitos,
Se alguns invejosos vão reclamar,
Fazendo guerras ganhas no grito,
Numa ilusão de que vão se salvar.

Mas ferem as almas no precipício,
Pelos canais de castigo e de dor,
Porque há orgulho pelo hospício,
Que virou casa de consul-questor.