COMO O TIL

COMO O TIL

Há quem queira ser feliz,
Mesmo que nunca perceba,
Que um só momento não diz,
Quando a fruta é que viceja.

Tudo enseja eu ser raiz,
E que o tronco logo cresça,
Mas se cresço alguém me diz,
Que a velhice eu não mereça.

Porque jovem sempre quis,
Ser eterno em toda sexta,
Sem saber que a meretriz,
É feliz enquanto beija.

Mas o tempo é infeliz,
E nos cobra que pereça,
Sendo a folha e não raiz,
Já que seca onde flameja.

Então vou ser aprendiz,
Mesmo que lá eu não seja,
Confessor de Imperatriz,
Se Messalina me deseja.

Mas o mundo é conflito,
Pois recai na circunstância,
De que tudo é veredito,
De um ciclo ou relevância.

Tudo vai e tudo volta,
Como a roda logo gira,
E o cometa é revolta,
Quando pega na mentira.

E por isso uma estrela,
Pulsa como um cometa,
A quem insiste em vê-las,
Como o til sobre a letra.