PERGUNTAS FINAIS

PERGUNTAS FINAIS

Certo dia assisti a um filme,
E nele havia um dilema,
De alguém existir como cisne,
E temer ser o ovo sem gema.

Em um tempo jogado ao vento,
Recorda seus dias de glória,
Empunhando no gládio seu tempo,
Ou mesmo regendo a história.

Porque um líder requer o saber,
Do viés que a vida lhe traz,
Junto à foice do anoitecer,
Que mata sua fonte de gás.

Se o realismo foi acaso do início,
Alinhado ao sangue que pulsa,
Vem a guerra cobrar armistício,
No suspiro final que concursa.

Só então vem augusta pergunta:
Seu reinado valeu a pena?
Terá sido semente fecunda?
Porque disse: A vida é a cena!

Essas são as perguntas finais,
Que às vezes nem dão tempo,
Pois se vão das cordas vocais,
Sem paredes de ecos ao vento.