TERMAS ALÉM DE CARONTE

TERMAS ALÉM DE CARONTE

Permeio as eras recentes,
E vejo impérios passando,
E todos que são indigentes,
Em cada camelo andando.

Revejo o frio inclemente,
Nas bordas da era do gelo,
E cada marfim ou um dente,
No sabre dos tigres em pelo.

E haviam mamutes correndo,
Fazendo tremores no chão,
Sem termos poeira varrendo,
Se a chuva trazia o trovão.

Eram indomáveis coriscos,
Rasgando as nuvens do céu,
E muitos chicotes ariscos,
Qual fósforo em um fogaréu.

Assim conheci o aconchego,
Sentindo um calor humano,
Nos idos de César e do medo,
Colhendo o Senado romano.

E hoje, eu tenho saudades,
Das termas que tive no front,
Em dias de muitas vaidades,
E o vinho além de Caronte.