GUETOS
Nos guetos estreitos
Pessoas estreitam
Seus laços de vida
Em situação tão igual.
Nos guetos da vida
Pessoas definham
Em meio à miséria
Esquecidos no abraço
Que aquece o outro
Porque falta o lençol
Só lhes resta o jornal.
Guetos que são
Sua grande avenida
Sem sonhos imortais
Dividir sua comida
É razão de alegria
Entre os ratos infernais.
Guetos e natais
Sem perus e pernis
Panetones
E pessoas.
Só os guetos que ficam
O natal
A alegria
Permanecem nos sonhos
Daqueles que habitam
Galerias escondidas
Eternos excluídos
Que vivem à margem
O seu sonho é a dureza
Real da cidade
As festas, natais
São negados aqueles
Que nos guetos se escondem.