SER REVOLTA POÉTICA
SER REVOLTA POÉTICA
Assustado,
Desfilei pelas ruas correndo,
Com as roupas do sepultamento,
Pois ali foi que eu acordei.
Irritado,
Percebi algo escorrendo,
Era a seiva das flores morrendo,
Pois mil horas se foram, nem sei.
Censurado,
De sair sem secar o cimento,
Ou o cal como meu sedimento,
No choro em que me deparei.
E julgado,
Já não querem meu corpo liberto,
Se o medo da alma é certo,
E o fantasma deles assustei.
Será sonho,
Ou seria mais um pesadelo,
De quem divaga em passeios,
Poesia me afaga bem mais.
Declamando,
Serei muito mais eu do que fauno,
E minha flauta será meu recado,
Pois sinceros são os animais.
E a revolta,
É de ser só julgado por gado,
Sem direito ao canto de fados,
Se o intempestivo rei é demais.
SER REVOLTA POÉTICA
Assustado,
Desfilei pelas ruas correndo,
Com as roupas do sepultamento,
Pois ali foi que eu acordei.
Irritado,
Percebi algo escorrendo,
Era a seiva das flores morrendo,
Pois mil horas se foram, nem sei.
Censurado,
De sair sem secar o cimento,
Ou o cal como meu sedimento,
No choro em que me deparei.
E julgado,
Já não querem meu corpo liberto,
Se o medo da alma é certo,
E o fantasma deles assustei.
Será sonho,
Ou seria mais um pesadelo,
De quem divaga em passeios,
Poesia me afaga bem mais.
Declamando,
Serei muito mais eu do que fauno,
E minha flauta será meu recado,
Pois sinceros são os animais.
E a revolta,
É de ser só julgado por gado,
Sem direito ao canto de fados,
Se o intempestivo rei é demais.