SEM PENSAR

Talvez hoje não seja assim tão simples, sorrir.

Ou seguir pelas ruas sem destino, descuidado.

Ou defender opiniões, pregando consciência,

não importando o lugar, ou quem está presente.

Talvez tudo esteja mudando lentamente,

e se preze menos o valor do que a ambivalência.

E menos as escolhas, e mais o fado,

e mais o presente, e muito menos o porvir...

Ou talvez já não se viva sem competir,

ganhar prêmios, ser ultrapassado.

E sem desesperar de impaciência,

nem morrer silenciosamente.

Sem calar, como quem consente.

Sem votar, nem tomar ciência

desse palco, em circo armado.

Sem pensar, apenas ir...

Novembro 2007