REFÚGIO

Em teu peito me resguardo,
arco infinito e supremo,
que me protege, me ampara,
daquilo que eu mais temo.

Na amplidão dos teus braços
tudo esqueço, me agasalho,
parece-me voar pelo espaço
levada no sopro do vento
que, leve, me guia no dia,
basta só um pensamento.

Quiserá estar só contigo,
afastada do perigo
que me persegue, me ronda,
me pesa, avalia, me sonda,
querendo, a mim, assaltar.

Lindo o brilho do luar
com sua luz prateada...
Afaga, consola-me as mágoas
do sonho que canto em meu verso
e que, agora, triste chora.
Dele, então, me despeço.