O RECANTO MÁGICO DO MEU JARDIM
Há dias quando acordei
Fui fazer a ronda matinal pelo jardim
É a primeira coisa que faço
Quando me levanto da cama.
Tornou-se uma necessidade inconsciente
De dizer bom dia ás minhas plantas
Da mesma forma que lhes digo boa noite.
Naquela manhã reparei numa flor estranha
Que tinha tanto de bonita como de excêntrica
Ao aproximar-me
Ia jurar que tinha sorrido para mim
Fiquei boquiaberta
Quando as pétalas se dobraram para baixo
Deixando ver o cálice
Cheio de sementes negras e hexagonais.
Num impulso retirei as sementes.
De novo fiquei espantada
Ao ver a flor retomar a sua forma original
Quando tinha as sementes na minha mão
A tentação foi semear
E fico numa grande ansiedade
Esperando vê-las germinar.
Gosto de vê-las crescer e cuidá-las!
Semeei as estranhas sementes
Num canto abrigado e soalheiro
No dia seguinte havia montículos
Iguais aos dos cogumelos selvagens
Antes de furarem a terra.
Dois dias depois
Fui atraída pela algazarra no jardim
Havia gente em miniatura plantada
Que falava e ria naquele canto.
Observei-os sem ser vista
Estava curiosa para saber do que falavam
Falavam todos línguas diferentes
E só se entenderam
Quando falaram de amor e paz
Eles viram-me
Atraídos por um ruído acidental
De repente eles começam a cantar
“Oh humanos estendam as mãos
Para os homens em todas as terras
Em todas as terras
Deixem seus corações
Sentir um ao outro
Deixem seus olhos
Olhar um para o outro
Com amor fraterno
Amor fraterno
Amor, amor
Em tal estado
O ódio não tem lugar
O ódio não tem lugar
Oh humanos estendam as mãos
Para os homens em todas as terras
Em todas as terras
Todas as terras
Terras, terras”
Existe mais compreensão
Quando as pessoas falam
E se escutam umas às outras com amor.
Até entendermos isso
Não haverá paz entre os homens
Não haverá paz no mundo!
Gente, vamos fazer um esforço!
@Maria Dulce Leitão Reis
Copyright 11 de Maio 2019