ALENTO DE "UM AMOR" MAIOR!
Há tanto tempo, tão pequenino,
A lembrança inda lembra desse tempo,
Que fui doado para ser, por amor adotado.
Eu um negro tímido, gerado num instinto,
De encontros pontuais e fortuitos,
Até brutais, como forma de prazer e de gozo.
E assim fui concebido no seio
De uma negra linda, pobre... E retinta!
E ninguém podia ver "o meu rosto"!
Como eu queria, quis e quero
O que pensava, pesava o meu amor!?
Não poder gritar o seu amor.
Dizer dos "amassos", do "temor vivido",
Dos instantes de "serventia" e de "medo explícito"!
E quis o destino minha viagem pra este Berço,
Onde vivi e vivo o horror de ser ignorado,
Mesmo trazendo no falar o respeito, sou rejeitado,
Motivo de chacota para quem tem poderio financeiro,
Vivo todo o tempo enclausurado, pois sou rejeitado.
Inda tem dúvidas extremas e põem no pavor...
Sou obrigado a passar por testes genéticos,
Para justificar o ódio dum genitor esdruxúlo!
E assim vivo de "lembranças" fugidias,
No lamento do rosto que sempre quis ter
Na mira dos "olhos meus".
Do abraço que sempre quis ser possuído,
Mas que jamais vou ter como o meu "alento"!...