Eu... mulher.
Eu… mulher.
Nasci num tempo em que a mulher era um ser secundário,
Sempre trabalhou tanto como qualquer homem,
No campo, ou noutro local qualquer, ganhando pouco…
Não deveria ter um emprego mais lucrativo que o esposo,
Todo o trabalho de casa era seu… partilhá-lo com o homem…
Impensável, era obrigação das mulheres os seres secundários.
Podem não acreditar mas ainda se criticava a depilação,
Mulher séria não se devia depilar, mostrar as pernas não era decente.
O marido mandava e a esposa obedecia… por vezes apanhava…
Não fazia mal pois entre marido e mulher ninguém metia a colher.
Cresci numa família tradicional… talvez não tanto…
Estudei… cresci… estudei mais… continuei a crescer.
Não fisicamente mas sim psicologicamente.
Quem me ama não se importa com o meu salário,
Ninguém tem direito a pensar que é superior…
Nem mesmo os homens… ou as mulheres.
Eu mulher não sou inferior a alguém…
Também não sou superior a ninguém.
Não sou feminista… só quero ser gente…
Como toda a gente independentemente do sexo.
Não aceito que me imponham limites… sempre irei lutar.
Sou mulher e só a mulher sabe o que é criar vida,
Sentir um ser crescer dentro de nós… o homem não.
Então como é que qualquer homem se pode considerar superior?