FLOR DE PAPEL
Viajei para lá do infinito...
Muito mais do que eu pudera saber
Toquei a essência do abstrato
O mundo onde eu te julgara viver!
Das experiencias vividas
Retirei o meu substrato
A parte essencial do ser
Onde repousam meus atributos!
Mas quais atributos?
Olha só que presunção a dela
Pois se nunca fora amada
Como se julgara ela bela!
Libertei-me da dor no meu peito contrito
Era hora de acabar com tanto sofrer
No vácuo ecoou o meu grito
Com medo de morrer, sem te ver !
Ah pudera eu estar contigo meu querido
Para te amar desmedidamente
Como se para amar, medida houvesse!
A Deus eu rogo e elevo a minha prece
E pela noite escura
Um anjo a seu mando me avisou
Não te detenhas, vai sem demora
Levantei-me prontamente
E fui á tua procura
Despojei-me dos trapos
Fui leve e nua
Avistei-te na aura da minha ilusão
Muito acima das nuvens
Envolvi-te nos meus braços
E beijámo-nos num doce e demorado beijo
Sabia a framboesa
O teu gosto
Foi o meu desejo
Não podia deixar-te triste e só
A minha alma enegrecia
Coberta de dó
Peço a Deus
Que te coloque no meu redondel
Pudera eu sonhar
Que houvesse vida
Numa flor de papel !
Direitos de Autor
Maria Dulce Leitao Reis
07/04/15