Encontro

Encontro

Naquele final de tarde o calor convidava a uma saída.

No jardim perto do mar os bancos de pedra convidavam ao descanso.

A brisa refrescava-me numa terna carícia.

Tentei perder-me nas páginas do meu livro.

Não consegui.

Uma sensação estranha percorria o meu corpo,

Parecia que algo ou alguém me observava.

Passos, lentos e firmes, soavam cada vez mais perto.

“Posso fazer-lhe companhia?”

Emudeci, nunca um sorriso me tinha parecido tão belo.

Devo ter dito que sim, não me lembro.

O livro deixou de ser interessante e o calor voltou.

Tentava não olhar, mas os olhos não obedeciam.

Finalmente, não sei como, a conversa fluiu.

Não podia acreditar, parecia que sempre nos conhecêramos,

Gostávamos dos mesmos livros, dos mesmos filmes,

De passear no campo….

Devia estar a sonhar… as nossas mãos uniram-se,

Os corpos aproximaram-se… os lábios colaram-se.

O fim de tarde tornou-se noite.

As estrelas brilharam, mas o tempo parecia ter parado.

O nascer do sol foi o mais encantador.

Quando voltei a casa o sol já estava alto,

No livro um número de telefone e uma simples frase.

“Logo à mesma hora, no mesmo lugar”.

Tinha tido um encontro com o futuro… o meu futuro.

E as noites tornaram-se mais luminosas

Os dias mais solarengos…

E o banco de pedra o símbolo do amor.

Fortunata Fialho
Enviado por Fortunata Fialho em 06/04/2021
Código do texto: T7225234
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