Encontro
Encontro
Naquele final de tarde o calor convidava a uma saída.
No jardim perto do mar os bancos de pedra convidavam ao descanso.
A brisa refrescava-me numa terna carícia.
Tentei perder-me nas páginas do meu livro.
Não consegui.
Uma sensação estranha percorria o meu corpo,
Parecia que algo ou alguém me observava.
Passos, lentos e firmes, soavam cada vez mais perto.
“Posso fazer-lhe companhia?”
Emudeci, nunca um sorriso me tinha parecido tão belo.
Devo ter dito que sim, não me lembro.
O livro deixou de ser interessante e o calor voltou.
Tentava não olhar, mas os olhos não obedeciam.
Finalmente, não sei como, a conversa fluiu.
Não podia acreditar, parecia que sempre nos conhecêramos,
Gostávamos dos mesmos livros, dos mesmos filmes,
De passear no campo….
Devia estar a sonhar… as nossas mãos uniram-se,
Os corpos aproximaram-se… os lábios colaram-se.
O fim de tarde tornou-se noite.
As estrelas brilharam, mas o tempo parecia ter parado.
O nascer do sol foi o mais encantador.
Quando voltei a casa o sol já estava alto,
No livro um número de telefone e uma simples frase.
“Logo à mesma hora, no mesmo lugar”.
Tinha tido um encontro com o futuro… o meu futuro.
E as noites tornaram-se mais luminosas
Os dias mais solarengos…
E o banco de pedra o símbolo do amor.