OUTONOS
Voltei a escrever com o lápis
numa agenda quase feminina,
pois não tenho mais cadernos
que as poeiras levaram um dia.
O domingo de manhã é Fellini,
mesmo que haja azuis esparsos
entre as formações tons de cinza
que os ventos do outono espalham.
Tudo passa pelas ardósias no alto
do morro e nas suas coreografias
de copas afoitas, verdes variados
e de amarelos das folhas sem vida.
Sinto os aromas vindos lá de cima:
a samambaia, a lavanda e a poesia.