VAMPIRO
Um abraço bem apertado
Cerzido com flores de lua cheia
Um beijo sensual e quente
Repleto de beijinhos de rubra cor
Brilho céreo das bromélias no peito
No coração paz e amor
Milhões de estrelas na noite
Pinceladas a purpurina
Com vaipes de desejo
Um raio de sol a lamber a alma
Pintei um quadro perfeito
Fosse assim perfeita a vida minha
Mas não ...
Não foi feita em paetê
Só a moldura é em talha dourada
Falta o abraço e o beijo
O brilho das bromélias no peito
As estrelas e a purpurina.
Imiscuíste-te em mim
Vampiraste o meu ser
Expulsei-te do coração
Chorei noite e dia sem parar
Engavinhaste-te no meu sangue
Faltou-me a força pra te arrancar
Vou ter que contigo viver
Circulando nas minhas veias
Habituar-me ás tuas loucuras
Já que assim é...
Calça umas meias
As mais quentes são as escuras
Não vão os pés arrefecer!
©Maria Dulce Leitão Reis