O hibisco
 
Sim, passei por ti tantos dias.
Não alimentava fantasias
Havia uma dor em meus passos.
As mãos pendidas ou espalmadas
pelo destino eram levadas
a velar alguém de meus laços.
 
Quando eu passava lá estavas
 — corolas abertas quais clavas—
rubras ao sol balançar...
Perfume nem sei se existia,
mas eu  te olhava e  até sorria,
tanto que quis te retratar...
 
E depois de te eternizar
 dobrei a esquina  da rua e o olhar.
Ah!  Passei por ti tanto, tanto...
Mas um dia não estavas mais
e não pude contar meus ais:
a dor de uma perda e meu pranto...



 

 A imagem eu cliquei em 2016 ou 2017 não lembro extamente. Ele ficava na rua onde eu passava todos os dias para cuidar de minha mamãe que estava muito doente. Mamãe partiu em 2017 e o hibisco cortaram-no logo depois.
Então esses dias revendo essa imagem, me veio a inspiração desses versos.