QUE VIM FAZER AQUI?

Hoje, já não sei o que vim fazer aqui.

Concertar o mundo?

É um projeto demasiado arrojado.

Aprender a tocar piano e falar francês?

É muito básico.

Ver a Banda passar?

Não é imperativo

Sem desprimor para os seus músicos.

Longe vai o tempo,

que eu escarafunchava em tudo

na ânsia de encontrar respostas,

conteúdo,

resolução,

vontade urgente de me achar,

satisfação.

Eu queria curar o mundo,

com um mundo são

toda a gente seria feliz.

Andei por muito mundo,

mas a maior lonjura que percorri,

foi dentro de mim.

Foram tantas as encruzilhadas,

foram tantas as vezes

que voltei ao início,

recomecei sempre

com a mesma vontade

e a mesma energia,

depois de me banhar

na piscina das minhas reflexões

e apanhar sol

no convés dos meus sonhos.

Era dentro de mim

que eu esgravatava as respostas

para as inúmeras questões

que colocava a mim própria.

Nem sempre as encontrei,

então instalava-se o desassossego

e o inconformismo,

motivadores da incessante busca.

Nas minhas andanças

deparei-me com pessoas gananciosas

cuja única missão, é açambarcar,

quinquilharia aos olhos do coração.

Digladiam-se por um grão de areia

e uma partícula de pó.

Contudo os gananciosos,

invejosos, egoístas, trapaceiros,

não têm coração,

logo,

não vêem e assim sendo,

pisam quem se atravessar no seu caminho.

Embora pareçam viver com celeiros cheios,

a sua vida é vazia e fútil,

desconhecem os preceitos básicos

da compaixão e filantropia.

Desconhecem a importância

destas causas, para o desenvolvimento social.

Não sabem o que é ser pessoa.

Nem tudo foi mau,

também encontrei gente boa

a quem franqueei a porta da minha vida

com direito a livre-trânsito vitalício.

São estas pessoas maravilhosas,

que me fazem sentir feliz

e ser grata á vida todos os dias.

Boas e más peripécias

fazem parte da caminhada

e é esta dualidade

que nos faz como somos.

Com perspicácia, inteligência, sabedoria

alcançamos o nosso equilíbrio

estado fundamental

que antecede a partilha.

É partilhando o que temos de melhor

Que semeamos amor

e enchemos a nossa vida!

©Maria Dulce Leitão Reis

Copyright 27/02/21

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 02/03/2021
Código do texto: T7196853
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