O MEU GUARDA-CHUVA
Na casa ao lado
vive um vizinho violento
invejoso e ruim
chamado o vento.
Ele normalmente
Pressiona o nariz na janela
recolhendo comida para mexericos
Sobre o que se passa
Na vizinhança.
Ontem, quando saí de casa
Lá estava ele!
Eu podia senti-lo.
Quando abri a sombrinha
Ele já tinha escapado
Veio atrás de mim na ponta dos pés
Soprando tão forte
Que quase me derrubou.
O guarda-chuva, coitado
Não aguentou.
O dano não foi por aí além...
Custou-me apenas uma libra
Na loja Poundland.
Não havia necessidade de discutir...
Contudo,
Desatei aos berros
e gritei tão alto
que ele estourou os tímpanos
e eu apenas me calei
quando fiquei afónica.
Há pessoas, que são como o vento.
Sopram ódio e despeito
Em todos os cantos da nossa vida
como se a nossa vida,
fosse uma rosa dos ventos,
vindo o vento de todos os quadrantes!
Há gente assim ...
Só sabem estragar
a felicidade dos outros!
Eu fervo em pouca água
quando vejo sacanagem,
mas também esfrio rapidamente.
Não tenho raiva, nem rancor
sou muito otimista por natureza
e só sei viver com amor.
Talvez por causa disso ...
Eu sou uma mulher de sorte.
Quando cheguei em casa
Notei que o guarda-chuva
não estava quebrado.
As varetas tinham-se soltado,
muito fácil de solucionar!
A maldade não valeu a pena.
Nem valeu a pena, ter ficado afónica.
Mas é sempre assim ...
É difícil não reagir
Quando somos afrontados.
Enfim, o mal não compensa...
Haja alegria!
Vamos parar com a estupidez
E viver de acordo com a sabedoria!
© Maria Dulce Leitão Reis
Copyright 24/02/2020