DÁ-ME UM ABRAÇO
Vou para a rua pedir abraços
Pra mitigar esta falta de amor
Para suprir o coração, antes que doa
Dá-me um abraço para calar esta dor
E continuarei paciente, a minha longa jornada
Adentro-me pelas estradas do infinito...
Agigantando-me na incongruência do tempo!
Quando chego á encruzilhada
Uma tontura, deixa-me desorientada!
São quatro as estradas
E não sei por onde seguir
E não sei porque quero ir
Contorno a rotunda
Seca, árida e desflorida
E á sorte, sigo em frente
Lentamente vai desaparecendo
Esta dor profunda
E arribo ao porvir!
Toda a tristeza voou
Sem saber, um anjo me acompanhou!
Vejo-me num campo
Cheio de malmequeres e margaridas
Espigas douradas, de trigo, centeio e cevada
Seara de papoilas sarapintada
Ondulando á tirania do vento
No centro, o meu amor deitado
Á espera de mim para ser amado!
Ambos estendemos a mão
E colhemos o mesmo malmequer…
Mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer…
Desfolhá-mo-lo até ao fim
E na cama de pétalas, estendidas no chão
Fundimo-nos num quente abraço
E amámos-nos numa esfuziada de paixão
Como há tanto tempo ansiávamos!
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Maria Dulce Leitão Reis
21/02/16