Devaneio
Sonhei com a inspiração
Fui terminar uma velha canção
Meus testemunhos
Acabei por ficar nos rascunhos
Pela milésima vez
Ao pé do mesmo mês
Que triste drama de um poeta
Preso entre o branco e a caneta
Pudera se tudo fosse poesia
E servisse no interior da melôdia
Mas a arte é arte
Um universo à parte
Coisa de loucos como eu
Gente que não vai pra o céu
Ser livre é pecado
Não respire, não crie
Não confie, não questiones
Não telefones pra polícia
A mente é um crime à humanidade
A vida faz-se de obscenidade(s)
Nosso corpo é arte, excitante
Um livro recente na estante
E digo mais, sobre arte
Tenho visões de um amor em marte.