NATAL É AMOR

Caiem as pétalas murchas das rosas

Com compaixão pelo meu abandono

O frio vem dar-me um beijo

A chuva abraça-me o corpo todo

Entro em convulsão

Ardo em febre

As achas na lareira

Não me aquecem o coração

É Natal...

Coloco a máscara...

Vivo um contentamento

Que não é real .

Amasso as filhoses com alegria

Mas uma lágrima atrevida

Resolve mergulhar no alguidar ...

Nunca estou inteira no Natal

Metade de mim, ri

A outra metade, chora!

A metade que ri, vai á festa

A metade que chora fica no quarto

Enfiada na cama, á espera da metade que ri ...

Quando a festa acaba...

As duas metades entrelaçam-se

Tiro a máscara

Volto a ficar inteira ...

Finalmente posso dobar toda a dor

Coloco a meada debaixo da cabeça

Adormeço exausta

Embrulhada pela penumbra

”Natal é amor”

Não passa dum slogan...

@Maria Dulce Leitao Reis

Copyright 23/12/18

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 03/01/2021
Reeditado em 03/01/2021
Código do texto: T7150597
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