(tudo do mesmo)
portas e janelas
abertas ao acaso
o ângelus ditando o momento
todos os dias
o mesmo sol
os mesmos passos
no mesmo lugar
o mesmo olhar vadio sem direção
a voz que se apaga
o grito que não ecoa
o céu fechado
abate a nossa fé
como uma noite sem lua
e a madrugada esconde
gatos e ratos na rua
nenhum querer viraliza para sacudir o marasmo
nenhum poder rivaliza com a imponência do sarcasmo
meias verdades
não melhoram em nada
as nossas vidas
elas simplesmente
mascaram a realidade
o tempo toca a mesma música
que ninguém mais dança
felizmente há a esperança
e ela corre em segredo