poema de amor
poemas de amor, quão tamanha ironia
da parte da morte,
põe temas de dor, sobre a mesa vazia
onde jogo minha sorte,
amanhece calor, numa noite sombria
teu colo me acolhe,
me acende o sabor sob a lua após dias
enfaixando meus cortes,
agonia entalada
refletem orgasmos, morro
entre latas vazias e o mesmo cansaço,
há poesia engasgada,
recorro aos desejos mais sórdidos,
a sorte é dos meus lábios por terem encontrado
a anestesia da alma,
recolho o despejo da sobriedade,
faço o que loucura me prescreveu em contrato,
meu traficante assinou a receita
tive lapsos de alivio enquanto ainda chorava,
como pode ser assim tão perfeita?
me vi em seus olhos quando ainda te olhava,
plantei sofrimento chegou a colheita
me espreme os ossos como a dor de outrora,
poupei-me somente do q te entristeça
se estendem aos nossos prazeres de outono,
poços nos quais mergulhei por inteiro
no mundo de hoje qual o valor do "eu te amo",
imerso na lama que me prende os joelhos
me apeguei aos costumes no calor do momento,
em parte isento de ser parte um do outro
me atirei de uma ponte pra sentir o seu gosto,
meu ser é a fonte que jorra esgoto
externa o que sou e me reflete por dentro,
conte-me, se ainda se esconde
me interna por meses
até que morra em pedaços.