DELÍRIO
DELÍRIO
À Ninfa paulistana
ANA VALÉRIA SESSA
Ana dos meus dias,
Ana dos mil dias,
Em águas cristalinas
Teu corpo é porto de
Turmalinas.
Teus seios são picos de amaralinas,
Em teu ventre bailam dançarinas algas marinhas.
Ana dos meus dias,
Ana dos mil dias
És desejo que jamais sacia,
És ânsia que me asfixia, embriaga-me,
E lanço-me em tua morada.
Ana dos meus dias,
Ana dos mil dias
És ninfa coroada,
És deusa incensada
Em noites de Lua que divaga embriagada, alucinada.
Ana dos meus dias,
Ana dos mil dias
Contemplo-te toda adornada
Com minhas profanas quinquilharias
Tecidas em fios de ouro e prata
Anos a fio.
Ana do cio,
Ana do ócio,
Do lírio,
Delírio.
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Campinas, é primavera de 2007.