*

Ponto.

Começo do Zero

Tiro-lha a vírgula

Para ser concreta

Sigo na linha

Passo na recta,

Faço o redondo

Ao longe a meta.

Cruzo com primo

Por uma vez

Que em rotação

Diz trinta e três.

Sigo enrolada

Numa parcela

A descer na positiva

Corro até à negativa

Agarro-me à paralela.

Passa um cilindro

Na oblíqua

E em translação

Junto a potência

À divisão.

E o resultado

É ao quadrado

Fica a fracção

Do infinito:

A semi-recta

Proporcional

Ao contrário

Da total.

Contradição

Com razão.

E o resto

É subtracção.

E a dividir

Para repartir

Cubos

Por esferas metidos

Num cone banal

Parto-lhe a base

Em seis pedaços

Fica um prisma

Hexagonal

Conto os espaços

Num finito cardinal.

Mas falta o nada

Está na tangente

Da raiz quadrada

Lá mais à frente.

Sigo adiante

Saio da linha

No mesmo instante

Derrapo lá

Não volto cá

Se não caio

Marco passo

Parte-se o raio

E o compasso

Já não faz roda

Será elipse

Fora de moda

Ou um eclipse

Apago tudo

Escrevo outra vez

Perco a memória

Conto outra história

Volto ao princípio

àquele ínício.

Àquele ponto

E me desconto

Fico no zero

É o que quero

Piso esse risco

E o sarabisco

Com *.