CONTORNOS

Há o lusco-fusco úmido que na manhã levita

(por dentro dos corredores da rajada frígida)

e trafega veloz no conjunto das horas e da azia

oriunda das vísceras, porém que não se desliga

do bouquet que sobrevoa o alho do meio-dia

(das casas da Baixada) temperando a avenida.

Queria um verso que coubesse na taquicardia

predominante do meu peito, esta desarmonia

teimosa e antieufórica do cérebro (uma usina

ofegante de eletricidades) em busca da poesia

sem nome que ninguém sabe e nem onde fica.

O céu tem sombras de Monet; impressionistas:

branco navajo e violeta. E cinza nas beiradinhas.