POEMA DE AMOR

Tu, palavra triste,

que insiste

em viver em meu poema,

arvora-se flor de açucena,

(que pena...),

mas sabes-se pérfida e fria,

com teu punhal fere o coração da poesia,

a dor que de ti sai, (a queres dizer amena),

(que pena...).

Quando a pronuncio

abraça-me um calafrio,

a tinta que da pena sai

logo veloz se vai,

tinge o poema como uma mancha,

sinto-me, rumo à morte, andando na prancha.

Logo desaparece

quando minh'alma tece

versos à minha amada,

não há nada, nada,

nada que te chame e traga a dor

quando escrevo um poema de amor.