TERRA
Foi assim,
como um diamante achado no lixo,
um poeta com cara de bicho,
arrancando da terra seus versos,
quentes, frios, submersos,
enfiando no útero da semente
sua mão de escrevedor de repentes,
achando o berço da civilização
que guarda o poema da iniciação
que dormia o segredo do homem,
esperava o saciar da sua fome,
o lapidar de palavras sagradas,
desjejum de oferendas cruas,
a alma do início ainda nua
recebia dos confins do fim
o começou de uma era,
o início da esfera que no espaço erra,
que tem por nome um nome dado
chamado Terra...