LUZ NO ORIENTE

Nunca saberemos quem criou a luz,

menos ainda o que há depois da ponte

construída pelos serviçais da morte.

Se o homem contasse seus passos

saberia quantos perdeu em caminho estreitos,

quantas estrelas existem no azul chamado de céu.

A resposta para a vida comporta axiomas, paradigmas, teoremas e meditação;

alguns buscam o Nirvana e, outros,

dispostos a viverem o que a vida oferece,

cavam em busca de ouro e se contentam

com prata, diamantes, césio.

Você sabe que há algo escondido;

nunca ninguém viu, além da sombra do homem,

a sombra da sombra, o riso do sorriso,

o rosto da face.

Repare que, quando o sol se deita,

ele não dorme, apanha sua lanterna,

procura almas deitadas no colo da noite,

pinga gotas de luz em seus olhos

e lhes mostra estrelas no Oriente.