CAFÉ – QUEM VÊ CARA NÃO VÊ O SABOR
O café que tomo em demasia
Vem com os perigos naturais da bebida
Queimar o estômago, exterminar o sono, tirar o que me resta de atenção
Mas olhe para ele
Quem vê sua cara não vê a delícia que é
De repente, devagar, consiga diminuir a dose
Garantir que o Alzheimer demore para chegar – embora me ronde com garras
Que eu siga viciado somente nas letras
E minha pele seja macia como o creme de café verde
Sem falar na longevidade de um coração bem regado
Ah, café, absorva meu cansaço, enquanto absorvo sua energia
Ouvindo ao fundo o sambinha do Vinicius em seu louvor
Se são só três as xícaras diárias, que o prazer seja “eterno enquanto dure”