CAFÉ – QUEM VÊ CARA NÃO VÊ O SABOR

O café que tomo em demasia

Vem com os perigos naturais da bebida

Queimar o estômago, exterminar o sono, tirar o que me resta de atenção

Mas olhe para ele

Quem vê sua cara não vê a delícia que é

De repente, devagar, consiga diminuir a dose

Garantir que o Alzheimer demore para chegar – embora me ronde com garras

Que eu siga viciado somente nas letras

E minha pele seja macia como o creme de café verde

Sem falar na longevidade de um coração bem regado

Ah, café, absorva meu cansaço, enquanto absorvo sua energia

Ouvindo ao fundo o sambinha do Vinicius em seu louvor

Se são só três as xícaras diárias, que o prazer seja “eterno enquanto dure”

Rinaldo Saracco
Enviado por Rinaldo Saracco em 14/10/2020
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