Quando a boca vaza

Não trai a ti aquilo que tua boca fala

Vaza pelos dentes o que a cabeça pensa

Larga do corpo o sentimento que não se cala

Segue seu curso agora o impulso que dispensa.

Nem de longe se encerra a chama do desejo

Ancorado nos amantes que ainda se inflamam

Muito menos entrega a alma à doçura do beijo

Que espreguiça as rotinas daqueles que se amam.

Não há nada capaz de semear dois corações

Quando um deles não tem em seu par o seu porto

Ainda que escondido sob o rosto, o entre das paixões

Não há como morrer aquilo que já está morto.

(25/09/2020)

Fernanda F Gomes
Enviado por Fernanda F Gomes em 30/09/2020
Código do texto: T7076460
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