Rumos

Na beira do oceano pacífico

Entre um jato rasgando o céu

Um barco rasgando as ondas

E uns versos rasgando o peito

Pergunto às areias finas

Esculpidas pelo tempo

Onde ando desatento:

Como foi mesmo

Que cheguei onde estou?

Cada pequena escolha

Renúncia ou decisão

Cada sim ou cada não

Cada silêncio, cada reflexão

Devaneio, sonho ou ilusão

Cada fresta de luz do futuro

Com um raio de esperança

Como um chute no escuro

Uma aposta sem razão...

Em silêncio, observo

Com olhos de Nietzsche

Com meu propósito vão

Meus rumos fragmentados

Minha disforme contradição

Minha rosa dos ventos

Derretida à Dali...

Onde vou, se tudo é aqui

Nos caleidoscópios de dentro?

Não sei. Sei só é que vou indo;

E indo, vou sendo;

E sendo, vou descobrindo.

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 30/09/2020
Reeditado em 08/07/2021
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