Rumos
Na beira do oceano pacífico
Entre um jato rasgando o céu
Um barco rasgando as ondas
E uns versos rasgando o peito
Pergunto às areias finas
Esculpidas pelo tempo
Onde ando desatento:
Como foi mesmo
Que cheguei onde estou?
Cada pequena escolha
Renúncia ou decisão
Cada sim ou cada não
Cada silêncio, cada reflexão
Devaneio, sonho ou ilusão
Cada fresta de luz do futuro
Com um raio de esperança
Como um chute no escuro
Uma aposta sem razão...
Em silêncio, observo
Com olhos de Nietzsche
Com meu propósito vão
Meus rumos fragmentados
Minha disforme contradição
Minha rosa dos ventos
Derretida à Dali...
Onde vou, se tudo é aqui
Nos caleidoscópios de dentro?
Não sei. Sei só é que vou indo;
E indo, vou sendo;
E sendo, vou descobrindo.