FILHOS DA POESIA
Pomos poemas para crescer nas hortas
regamos gentilmente toda manhã
uns nascem nus outros com portas
todo sem exceção com alma sã...
Quem vem às compras decididos
põem os olhos e sabem escolher
outros vagos olham pelo vidro
a fome de ver não é a de querer...
Nós os guardadores que pensamos ser donos
esperamos com a paciência de um sábio Jó
os eflúvios aromas que não nos causam sono
fazem-nos trabalhadores na pedra de mó...
Depois que se vão a felicidade se instaura
novos poemas nascem com espontânea alegria
pequenos miúdos sem cabelo mas com aura
dizem - de pronto - somos filhos da poesia...